quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Enquanto a megasena não vem, vou me divertindo com o RH

Hellou, people!!
Pensaram que eu tinha ligado o gás e enfiado a cabeça no forno, tale e quale a Sylvia Plath, né? Pois olha, foi quase, viu?
A verdade é que tenho pensado bastante em alguns aspectos da minha vida, e fiquei bem triste com algo muito, muito negativo que precisa de uma mudança urgente: meu saldo bancário. Como diria minha guru espiritual, Kátia: não está sendo fácil.
Como todo pobre sem perspectiva que se preza, gasto meu tempo estudando para conseguir algo melhor imaginando como gastaria o premio da megasena. Qualquer 200 mil já serviria pra mudar a dura realidade, mas uns milhõezinhos resolveriam to-dos os meus problemas, pensa! Quero dizer, alguns não tem jeito, né? Tipo ser boa mãe. Acho que isso a megasena não resolveria, pobre do meu filho. Mas ele é uma criança de sorte, consegue sobreviver e até ser uma boa pessoa, apesar da mãe. Ele não cospe na cara de ninguém, nem exige de natal um celular que custa meu rim esquerdo. "Ah, mas isso é o mínimo!", você deve estar pensando, desavisado leitor. Pois vá numa festa de dia das mães na escola e depois me fala, tá?
Enquanto a megasena não vem, vou procurando vagas na internet. Das 7.833 vagas do Yahoo (que vão desde auxiliar de pedreiro até engenheiro aeroespacial), mando meu currículo para 347 vagas com meu perfil. Destas 347, apenas 2 me convidam para uma entrevista. Destas, nenhuma me dá um retorno. Bacana, né? O povo do RH é muito ocupado, tadinho, porque não tem tempo nem de mandar um email com cópia oculta para todos os candidatos dispensados do processo seletivo agradecendo a participação. Mas eu entendo. Dá muito trabalho fazer isso. Imagine uma mensagem padrão para enviar para todos os dispensados, em qualquer processo seletivo, como essa:

"Agradecemos sua participação em nosso processo seletivo. Informamos que a vaga foi preenchida e que seu currículo permanecerá em nosso banco de dados para futuras oportunidades."

Objetiva e sucinta, né? Mas pensa, eu gastei inacreditáves 2 minutos pra escrever! É muito tempo na vida de um profissional de RH, não dá! Quando se tem uma vida assim tão ocupada e cheia de atribulações, o respeito e consideração pelas pessoas acaba ficando em segundo plano mesmo, não tem jeito. Mas a gente entende, coitados. Sabemos que é importante que eles mantenham o foco no que realmente importa: checar as mensagem no facebook melhorar as relações humanas no ambiente de trabalho.

Ainda sobre o RH, estou um pouco intrigada com a imagem que estas pessoas tem de mim... Eu me acho até espertinha, sei falar corretamente, me portar com educação e cordialidade, sei até ter uma postura profissional, acredita? Mas algo não está batendo e penso se não tenho alguma doença psiquiátrica que me faz ter uma visão distorcida de mim mesma... Vou contar a história toda para os leitores (todos os 3) me ajudarem: eu me candidatei a uma vaga de secretária de escritório de advocacia. Os pré-requisitos eram nível superior (confere!), boa comunicação escrita e verbal (confere!), organização (opa, confere demais!). As atividades a realizar eram: marcar e controlar compromissos, reuniões e viagens, compra de passagens, reserva de hotéis e aluguel de veículos, atender chamadas telefônicas, digitar cartas, relatórios, apresentações e outros documentos. Tranquilo, né? Daí eu fui toda pimpona, bem vestida, achando que estava mais que capacitada pra vaga. A tia do RH olhou meu currículo e não encontrou uma experiência anterior como secretária. Mas, né, experiência anterior não era um requisito (eu só pensei, tá? Claro que não falei isso pra tia. Eu olhei pra ela com um olhar assertivo e profissional, como recomenda tio Max Gheringer, aquele puto). Aí começa o famoso papinho de RH: "Olha, Lívia, esta vaga é pra secretária de ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA (aqui ela atribuiu uma importância comparável à sede da ONU), vai atender um casal de ADVOGADOS (grau de importância atribuído = Nicolas Sarkozy e Carla Bruni), cuidar das passagens, reserva de hotéis, é um trabalho BASTANTE ESPECIALIZADO (grau de importância atribuído = neurocirurgião especialista no lobo temporal direito), né? Então estamos procurando alguém mais especializado nessa área mesmo. Mas vamos manter seu currículo no banco de dados no caso de surgir alguma outra oportunidade no seu perfil, tá bom?" o.O
De modos que posso pensar em duas possibilidades: 1-eu penso que passo uma imagem profissional, mas a imagem verdadeira é a de uma tapada que não consegue entrar no site da GOL pra comprar passagem e 2-preciso fazer um doutorado pra me especializar nesta função altamente especializada. Quem sabe depois de uns 4 anos de estudos e uma defesa de tese em inglês arcaico eu consiga finalmente ligar pra Localiza e alugar um carro, né? Q q 6 acham???

5 comentários:

  1. Oi Lívia, cara colega de curso. Não conhecia essa sua faceta escritora. Verdade seja dita, não conheço quase naaaada de você e muito menos você de mim, não é? :P

    Mas ficou a ótima impressão do seu texto, do seu bom humor e da sua respeitável capacidade de transformar uma coisa comum em uma história agradável de ler.

    Acabou de me transformar no seu leitor número 4. :)

    Parabéns pelo talento!

    Wesley Caiapó

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  2. Obrigada, Wesley!!
    Olha, eu sei mais de vc q vc de mim: sei que vc é muuuito prestativo e solidário, que se preocupa com os colegas que mal conhece e está sempre disposto a ajudar.
    Abraço!!

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  3. kkkkkkkkkkkkk...Eu, a leitora número 1, estava morreeeeeeeenndo de saudades da Creuza. Voltou com força total e mais engraçada do que nunca. Mil beijos

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  4. Força total não sei não, Lu... Pode ser que um novo post demore mais outros mil anos. Vc sabe, né, escrever pode atrasar meu almoço ;-)
    Rsrsrsrs

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  5. Não sei pq vc insiste em não escrever um livro!!
    Escreve aí, que eu arrumo publicação!!
    Me divirto horroooores lendo seus textos!!
    Bjs!!

    Klin

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